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terça-feira, 24 de novembro de 2009

terça-feira, 17 de novembro de 2009

De foca para peixe


Por Nayara Alves

Prazer! Meu nome é Mônica. Fiz faculdade de jornalismo e acreditei que seria moleza entrar no mercado de trabalho. Parece loucura pensar assim, mas eu tinha esta idéia porque pensava que a vantagem de ser um “foca”, estava na cabeça fresquinha, engano meu!
Depois de tanto sair nas ruas procurando emprego na minha área, de ouvir “não!”, é que me dei conta que o mercado não esta lá estas coisas. Um dia destes Deus ouviu minhas orações e o telefone tocou.
- Alôoooo! respondi com voz cansada.
-Oi, bom dia!
- gostaria de falar com a senhora Mônica.
- pois não, é ela.
- senhora Mônica, seu teste foi aprovado e na segunda a senhora fará apenas uma entrevista que renderá sua chance para o cargo.
Nem disfarcei a alegria de ter conseguido o emprego e logo soltei aquele grito aterrorizante.
- huuuuuuuuuuuuuuuuull! Obrigado meu Deus! Obrigado!Desculpa-me, é que eu precisava muito desta chance.
- Tudo bem! senhora Mônica, te aguardamos na segunda.
Aproveitei o final de semana antes de começar no meu novo emprego e fiz algumas comprinhas, além de empanturrar-me de tanto comer chocolates, o resultado foi visto naquela manhã de segunda-feira. Acordei super disposta, até o momento em que me olhei no espelho.
- Não! Não, meu Deus o que está acontecendo? Que rosto é este? Eu estou horrível! Como vou me apresentar no meu novo trabalho?
Depois de ficar horas e horas pensando, tentei mudar a situação colocando um quilo de pó no meu rosto. Um batonzinho ali, uma pincelada de maquiagem aqui... Pronto! Se eu estava nervosa? Ah... Com certeza. Minhas mãos estavam frias e eu estava muito ansiosa para trabalhar como jornalista.
Maldito ônibus que atrasa todos os dias! Depois de descer no centro da cidade fui caminhando como uma louca até o prédio da empresa. Para melhorar ainda mais as coisas, um idiota veio no sentido contrário e deu aquela “topada” em mim. O resultado? Eu estava estirada na calçada com a saia rasgada, aquela saia mais justa que eu inventei de vestir.
- O que mais falta para acontecer?
Levantei-me depressa e terminei de rasgar a saia. Ta certo! O modelo ficou diferente. A saia que era justa e abaixo do joelho, foi parar três palmos acima. Depois de xingar o cidadão inconveniente, peguei minhas coisas no chão e prossegui. Entrei no prédio parecendo uma baratinha tonta e logo perguntei a recepcionista onde era o departamento de recursos humanos. Com aquela cara de “paisagem”, ela me mostrou o local e eu fui me apresentar.
Todos ficaram olhando para mim. Será que era saia? Fiquei me perguntando. Será que estava curta demais? Depois de conversar com a mulher que havia me ligado então fui encaminhada à sala do diretor. Parecia uma sauna aquela sala, não porque era quente, mais por conta da fumaça e do terrível cheiro de cigarro.
Com as pernas esticadas em cima da mesa e o charuto na boca, o mesmo permaneceu intacto, somente seus olhos se mexiam. Fui acompanhando aquele olhar, até identificar que eles estavam direcionados para minhas pernas.
-Bom dia! Sou a Mônica, a nova jornalista da redação.
-Tudo bem! Sente-se, vamos esclarecer algumas coisas antes de você começar.
Para falar a verdade eu não gostei nada daquele sujeito mal encarado.
- Então, a senhora sabe quais são os princípios fundamentais para se trabalhar em qualquer empresa?
- Sim. Seria conhecer a política da empresa?
- Correto, mais existem outros princípios. Sente-se segura para exercer seu primeiro trabalho como jornalista?
- Sim. Estou disposta a aprender e doar o máximo de mim.
Mais uma vez aqueles olhos se direcionavam para minhas pernas, e eu nem me movia, fingi que não percebi o olhar dele, que agora se fixava nas minhas coxas.
- Bom! Senhora Mônica, é importante deixar claro que, os “focas” em nossa empresa têm a chance de crescer, de se destacarem como bons profissionais. O camarada entra aqui um foca e sai daqui um peixe, com capacidade para nadar em lugares mais profundos.
Profundos? Este cara está falando do quê?
- A nossa empresa assim como qualquer outra, avalia o currículo, os testes de capacitação que aqui são aplicados, mais um fator é preponderante e tendo algum problema neste requisito, consideramos fatal.
- Que fator seria este senhor?
- O cartão de visita.
- Tem algo de errado em mim senhor?
- Bem... Acho que seria melhor a senhora lavar os joelhos em outro lugar.
Sai daquela sala querendo me matar. Na verdade eu gostaria de encontrar aquele cidadão infeliz que me derrubou no chão. A minha aflição e ansiedade para chegar logo na empresa foi tanta, que não percebi mais meus joelhos estavam imundos, agora você me pergunta de quê? Posso te dizer que odeio cachorros.


obs: pessoal este texto é aleatório as atividades solicitadas pelo professor Minuzi. Porém se trata de mais um desafio na carreira jornalística, o fato de ser foca e os possíveis conflitos a ser enfrentados no primeiro dia de trabalho.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Comigo Todo Mundo Pode

Tudo acontece em uma sala de espera numa agencia publicitária. Onde artistas serão selecionados para uma nova campanha.
_Próximo. Nome?
_Meu nome é Jenipher com ph, faz favor.
_Próximo.
_Eu me chamo Talita Merchandising, da rua ali debaixo. Acho que até saímos juntos.
_Há!há!há!há! Próximo. E você?
_Meu nome é Piá, mas pode me chamar de peãozinho, ou então de pedim, mas o meu nome mesmo é Pedro Severino Arruda Bitemcour de Araújo Pinto.
_Faz o que?
_Sou peão, trabalho na lida, serviço pesado.
_Próximo. Você de boné. Nome?
_Você quer meu de nome guerra ou de nascimento?
_Pode ser os dois.
_De guerra é Mônica Terremoto, e de nascimento é Valdemar Jorge.
_Você então é travestir?
_Sim. Lindamente.
_Procura uma vaga como artista Mônica, aliás, Valdemar?
_Olha, trabalho na rua muitos anos e gostaria de mudar. Cansei de ser usada, por tão pouco.
_Próximo. Nome?
_Judite Pereira.
_O que faz?
_Sou publicitária.
_Estamos precisando com uma certa urgência.
_Próximo. Nome?
_Marilia Ana Pêra.
_Você é parente da Marília Pêra?
_Não, sou jornalista.
_Finalmente uma jornalista.
_Próximo. Nome?
_Jair e João a sua disposição.
_O que fazem?
_Somos malabaristas.
_Tem referencias?
_Circo Mundo Mundano.
_Boa referencia. Próximo. Nome?
_Sorry, do you speak english?
_Ah! Yes.
_What is your name?
_My name is Jeff Hausfour.
_You are From?
_Toronto.
_How long do you stay hear?
_Two years.
_What is your profession before?
_Photograph.
_It`s ok.
_Próximo. Nome?
_Valéria Santana Sousa.
_Faz o que Valéria?
_Sou a mulher elástica. E estou desempregada.
_Próximo. Nome?
_Madonna, mas pode me chamar de Shanna Areia.
_Nossa! Você é a cara da Madonna.
_Faço shows como ela.
_Próximo.
_Meu nome é Valentina a espanhola do Brasil.
_Nome completo?
_Valentina Triviera Pimente.
_Faz o que?
_Dançarina.
_Próximo. Vocês são gêmeos?
_Sim, senhor também engolimos espada.
_Nome dos dois?
_Bóris e Clóvis.
_Próximo, próximo, próximo... É acho que não temos, mas ninguém. Por favor, todos vocês queiram se dirigir aquela sala a direita.
Vai se apresentar agora o dono da agencia C.T.M.P. – Comigo Todo Mundo Pode.
_Boa tarde a todos. Sou Vladimir Moska, sou agenciador de artistas e produtor. Hoje vamos selecionar somente cinco artistas para uma grande campanha internacional. Peço aos candidatos que se mostrem em publico e faça algo criativo e dinâmico. Vamos aos nomes: Jenifer Soares e Talita Merchandising. Aplausos. Prestem bem atenção meninas vocês duas terão que improvisar uma performance que tenha música.
_Isso, para agora?-perguntou Talita.
_Sim agora. Som na caixa.
As duas começaram a ouvir a musica salão de beleza de Zeca Baleiro. E começaram a interagir de acordo com a letra musical. Tudo ficou muito engraçado. Pois a letra fala de pentear o cabelo, de usar maquiagem. Talita pegou os cabelos de Jenifer e começou a puxar como se fosse dar o nó entre os seus. No fim as duas estavam no emaranhado nó de cabelo. E fim de improviso.
_Aplausos. Vamos agora as três pessoas ao improviso: Pedro Severino, Mônica Terremoto, Judite Pereira. O teste é o seguinte: Aqui tem três cestas de sabonete. Vocês terão que ir até a Avenida Bandeirantes e vender os sabonetes importados por cinco reais cada um. Aquele que chegar primeiro terá o emprego. Valendo. Bem pessoal vamos agora para os quatro pretendentes: Marília Ana Pêra, Jair, João e Jeff. Vejo que aqui temos um estrangeiro terei que explicar em português e inglês. Vou entregar a vocês um shampoo, onde terão de convencer alguém a ensaboar o cabelo aqui em nossa agencia. Observem, cada um, terão que achar uma pessoa. Traduzindo:I go to deliver to one shampoo, where they will have of convercer somebody to the hair here in our agency. They each one will have that to find a person. Being valid. Então sobraram cinco de vocês. Caros amigos terão que cantar uma musica debaixo do nosso chuveiro tendo as palavras: A beleza dos seus cabelos e a maciez de sua pele esta nesse produto da Hairhair. Use, deleite-se. O perfume e ma-ra-vi-lho-so. Começamos pela a Valeria Vieira, Logo depois Shana, Valentina, Bóris e Clóvis.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Desafios jornalísticos

Cena 1

INT. REDAÇÃO.
Personagens: editor Clóvis Pacheco e jornalista Joana Fontes

- Bom dia Sr.Clóvis!
- Bom dia Joana!
- Tenho boas notícias para você.
- É mesmo! Estou precisando de boas notícias, mas, acho que não são minhas férias ainda, ou são?
- Não. É trabalho, e trabalho é sinal de dinheiro e crescimento.
- Imagino que sim!... Não é atoa que estou aqui há cinco anos no mesmo cargo, recebendo o mesmo salário. (pensou).
- Lembra da última reunião de pauta?
- Sim. Eu estava presente. (fala num tom exaustivo)
- É eu sei. Não é atoa que admiro sua pessoa. É a melhor jornalista que temos na editoria de política.
- Ah! Obrigado. Agora solta a bomba querido editor.
- Sempre bem humorada, não é mesmo, Joana?
- Desculpas. O senhor é quem manda. O que temos então?
- Bem..., o fato é que Priscila Bitencourt, ex-mulher do prefeito Kelington Dias, entrou em contato com nossa produção, alegando ter provas contra o prefeito de um suposto esquema criminoso.
- A polícia esta no caso?
- Não. Parece que não. Por enquanto temos apenas esta ligação. Temos que investigar o caso, antes que outros jornais sejam acionados ou “levantem as anteninhas”.
- E o que senhor esta pensando em fazer?
- Estou pensando no que você vai fazer.
- Eu? Como assim?
- Joana você é a pessoa mais indicada para cobrir a matéria. As suas colegas de editoria estão brigando por esta pauta, vale a oportunidade que estou oferecendo na editoria. Sei que você precisa desta chance, financiou sua faculdade e esta pagando até hoje. Esta esperando mais o quê?
- Sr. Clóvis, sabe que apesar do apreço que tenho pelo senhor, por tudo que me fez, por ter me acolhido no seu jornal desde que precisei de um estágio, precisei de dinheiro para me sustentar sozinha, bem... na editoria de cidades me saio melhor. Sempre fico aflita e temerosa de mexer com autoridades. Sei que são cinco anos na editoria de políticas, mas este novo prefeito,... ele é novo aqui, eu ainda não falei com ele, eeee...
- Joana, confio em você!
- Tudo bem, senhor Clóvis, farei o possível pelo melhor. (mostra desapontamento)

Cena 2
INT. REDAÇÃO.
(Joana realiza ligações para marcar com as fontes)

- Alô! Bom dia! Posso falar com senhora, Priscila Bitencourt? Ela esta aguardando o meu contato. Sou Joana fontes do Jornal Boa esperança.
-Isto, aqui mesmo da cidade.
- Ah, ela não se encontra.
- Só um instante que vou anotar o endereço.
- Ela quer que eu á encontre que horas?
- Tudo bem, obrigada.

- Alô! É da assessoria do prefeito Kelington Dias? Eu gostaria de marcar um horário para uma entrevista com ele.
-Em viagem? Sei...
-Qual a previsão de retorno?
-Não tem previsão?
- Tem algum outro telefone que eu possa falar com ele?
- Não esta autorizada a passar? Ta ok!Voltarei a ligar. Obrigada!

- Já sinto problemas no ar. (pensou)

Cena 3.
EXT. RESTAURANTE
Personagens: jornalista Joana Fontes e Priscila Bitencourt, ex-mulher do prefeito.

- Prazer, sou Joana Fontes.
- Prazer, Priscila Bitencour.
- Então, a senhora entrou em contato com nossa produção, tem uma denúncia, é isto?
- Isto, mas antes gostaria de deixar claro que minha denúncia não é por questões pessoais, apesar do meu ex-marido ser um traste.
- Então, qual é o real motivo?
- Sou uma pessoa devota ao social. Sempre fui apaixonada pelos movimentos sociais e quero o melhor para as pessoas de nossa cidade.
-Sei. Mas, me perdoe a franqueza, não me recordo de participações da senhora nos movimentos sociais que o prefeito já realizou aqui na cidade.
- É... sou uma pessoa recatada, mas gosto do social,só não me dediquei mais por conta das descobertas que fiz.
- Certo. Que tipo de descobertas?
- Meu ex-marido tem um esquema criminoso, do qual desvia dinheiro dos cofres públicos. É uma quadrilha especializada em ganhar licitações do município. O último foco foi desviar o dinheiro que estava previsto para investimento no lanche escolar das crianças carentes da região rural.
- Que tipo de provas à senhora possui?
- Tenho cópias de documentos das movimentações bancárias e das licitações, além de gravações exclusivas, de reuniões entre a quadrilha.
- E como à senhora conseguiu estas gravações?
- Querida, não a nada que uma boa escuta colada no paletó de um safado não resolva.
- A senhora trouxe o material?
- Sim, mas só entrego com a garantia de divulgação.
- Olha Priscila, meu trabalho é checar as informações e somente então divulgar.
- Quando me der a garantia, terá o material.

Cena 4.
INT. PREFEITURA
Personagens: jornalista Joana Fontes e prefeito Kelington Dias.

- Boa tarde! Sou Joana Fonte do Jornal Boa esperança. Entrei em contato ontem, mas me informaram que o prefeito estava viajando. Decidi vir pessoalmente hoje, ele já chegou?
- Só um momento, por favor. (responde a secretária do prefeito)
- Pode entrar. Segunda sala. (fala com tom arrogante)
(Uau! O prefeito pessoalmente até que é bonitão. Contenha-se Joana, profissionalismo e atenção).
- Boa tarde prefeito! Vou direto ao assunto, estou aqui por conta de...
- Joana, Joana Fontes, é isto? Leio suas colunas. Escreves muito bem. Domina os assuntos políticos perfeitamente.
(lá vem o golpe!) - Obrigado. Mas então, como eu estava dizendo recebemos notificações de que o dinheiro...
- dinheiro. Sempre dinheiro, tem que ter dinheiro na conversa.
- Prefeito, estou aqui para fazer meu trabalho. Podemos conversar?
- Olha Joana, estou com um pouco de pressa, podemos falar outra hora?
- quando?
- Amanhã à noite. Um jantarzinho, nada de formal.
(Jantarzinho com este pedaço de homem? Ai meu Deus! Estou louca, veja só o que estou pensando. Mas é só um jantar profissional).
- Tudo bem prefeito. Amanhã as oito, restaurante do Cecílio, pode ser?
- Claro, as damas no comando.

Joana vai para casa. Teve um dia cansativo, depois de tentar manter uma conversa profissional com um homem que para ela, é tão “tentador”. Ela sabe que a ética é uma das prioridades de sua lista, sabe também que esta matéria é a chance de uma vaga na editoria e que somente assim poderá quitar suas dívidas e se manter. O tempo passa, Joana sabe que sua mente muitas vezes é sua rival. Ela promete para si mesmo que vai ter controle e conseguir fechar a matéria.
1 dia depois
Depois do encontro com o prefeito, Joana se sente “boba”. Veio o primeiro, o segundo, o terceiro jantar em noites seguidas. Ela não conseguia garimpar informações precisas para colocar em sua matéria. Os dias passam e a certeza que Joana tem, é de estar apaixonada pelo prefeito, aquele homem jovem que chegou tão cedo ao poder.
O conflito interno existente em Joana, dizia que, a tentativa de Priscila só poderia ser uma vingança, afinal, ela poderia ter entregado as provas para polícia e não fez isto. Para ela, Priscila estaria forjando uma vingança, pois não quis entregar as provas nem mesmo para ela.
Joana esta decidida, pretende chegar à redação no dia seguinte e cancelar a pauta. Ela sabe que pode se arrepender, mais, o prefeito estava recentemente separado, e quem sabe ela não poderia investir neste relacionamento. Ela não acha que esta cedo demais, apesar de ter uma semana em constante contato com o prefeito, ao contrário, Joana acha que sempre perdeu tempo para o amor, e ser a primeira dama, seria bem melhor do que ser apenas uma jornalista do interior.
O prefeito estava jogando duro, fazendo charme, trocando elogios, mais tarde presentinho até que...

- Sr. Clóvis Pacheco, bom dia!
- Bom dia Joana! E a matéria, como esta o andamento? Preciso dela o mais rápido possível.
- Sabe o que é... é que, estivesse pensando, talvez Priscila possa estar forjando uma vingança. O prefeito desenvolve ações sociais e um lindo trabalho, estive vendo isto lá na prefeitura. Penso que, seria melhor se publicássemos um especial sobre as ações sociais feitos na nossa cidade.
- mais o que é isto agora? Mudou de lado? Seu trabalho não é achar, é ter certeza. Não descobriu nada?e isto?
- Sr. Clovis, calma, as coisas não são assim. O prefeito é uma boa pessoa, e...
- Já chega Joana! Que papo mais furado, eu não te pago para você me dizer quem é uma boa pessoa ou é uma má pessoa.
- Ta... Tudo bem! Já chega para mim também. Estou a cinco anos ganhando esta porcaria de salário, vivendo nesta redação dia e noite comendo o pão que o diabo amassa, convivendo com este bando de colegas invejosos, eu também não suporto mais. Adeus!

Joana bate a porta e sai. É claro que as lágrimas foram inevitáveis, ela sabe que pode ter jogado tudo para o ar, mas pretende se arriscar, ir adiante e dizer ao prefeito sobre seus sentimentos. Seria sua última cartada, já havia se demitido mesmo.
Ela chega á prefeitura, a recepção estava vazia, decide se aproximar da sala do prefeito.

(O prefeito esta falando com sua secretária)
- Se aquela jornalistazinha ligar, diga que não estou.
- Sim senhor!
- Sabe como é? Faz parte do jogo. Ela praticamente esta no papo. Este tipo de mulherzinha adora um “jabá”. Ela não tem provas contra mim, nem vai ter. Uma hora destas Priscila já esta bem longe.
- Sim, senhor prefeito, já confirmei, a senhora Priscila já desembarcou na Itália.
- Ai! Eu bem que estou precisando de férias, mas vida de prefeito não é fácil. Pelo menos é melhor ser prefeito nesta espelunca de cidade, do que na cidade grande. É mais fácil enganar estes otários.
- claro senhor prefeito. O senhor tem toda razão.
- aaaa... Pare de me bajular e dê o fora daqui! Vai cuidar do teu serviço, e já sabe, se aquela vagabunda ligar diga que não estou. Depois encomende flores e mande entregar para ela. Contentam-se com qualquer coisa.

Joana sai correndo da prefeitura. Ela chega em casa aos prantos, via-se abatida, desempregada, imagem corrompida e difamada.Sabe que foi ingrata com o Sr. Pacheco e com seus colegas de redação, mas não tem “ cara” para voltar e pedir perdão. Ela arruma suas malas, escreve uma carta para o Sr. Pacheco pedindo desculpas a todos e vai embora da pequena cidade de Boa esperança.
Como mentira tem perna curta, a história das licitações e das corrupções do prefeito são descobertas e vira noticia internacional. Priscila decidiu entregar as provas à polícia, que comprovou o caso e Kelington Dias teve seu mandato cassado.

Boa esperança permanece no mesmo lugar, perdido na imensidão do mapa mundial, e juntamente com ela, permanece a história da jornalista que era competente e que acabou se envolvendo com o prefeito da cidade por conta dos desafios jornalísticos.

ATENÇÃO! O QUE VOCÊ FARIA PARA MUDAR ESTA HISTÓRIA? DÊ CONTINUIDADE A ESTA NOVELA E TENHA A CHANCE DE ALTERAR O DESTINO DOS PERSONAGENS.

Alunos: Nayara Alves , Deiga Luane, Daniel de Paula, Maria Onória, Juliana, Mayara Carvalho ,Karina e Rafaela 6º jOR - optativa Marcos Minuzzi

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Novela: Lia, a caolha que enxergava tudo – A jornalista

1ª fase.

Feia e rejeitada desde menina, Lilibethe era inteligente e burra ao mesmo tempo.
Na escola, amava Ted e Janaia, que não a amavam de jeito nenhum.
Era no interior.
Cidade Pequena.
Praça, cachoeira e masturbação na mata.
Eram meninos.
Ted – de Tedivaldo.
Janaia – Janaína .
Fran – Franésia.
Amigos e inimigos mortais.
Ted amava Fran desde os tempos de escola. Janaia Fazia tudo para impedir.
Lia, a caolha, observava tudo. E anotava no diário secreto, que ficava sempre no fundo da mochila azul.
Como era caolha desde os três anos de idade. Devido a um acidente doméstico, era apelidada assim.
Na escola, na hora do recreio, os meninos só chegavam para comer o bolo da mãe de Caolha.
“O de mandioca é uma delícia!”, dizia Fran, péssima em Língua Portuguesa.
Passavam-se os anos. Lia Caolha, cada vez mais, enxergava bem. Era a primeira da turma nas aulas de redação. E anotava tudo no diário que vivia vivo no fundo da mochila azul.

2ª fase
Agora, todos eles com doze anos. Na escola, no interior, ainda.
Surgem os primeiros pelos.
A primeira menstruação.
Os meninos, Ted, Janaia e Fran, também crescidos.
Ted continuava encantado por Fran, mas queria janaia.
Lia, sozinha no recreio com seu bolo, observava a tudo atentamente. E escrevia.
Um dia. Um piquenique.
Os meninos chamaram Lia, não para brincar, mas para levar a cesta de guloseimas. Coitada.
Pensara noutra coisa, Lia, quando a convidaram.
“Você fica aqui para vigiar a comida e, nós, tomaremos banho no rio”, fala Fran à menina.
Coitada.
Ela ficou. Eles foram.
Grilada, Lia Caolha resolveu ir atrás dos garotos. Deixou a comida.
Foi espiar.
Todos pelados na cachoeira.
Caolha escorrega e faz barulho.
Todos percebem a presença da menina.
Lia sai correndo.
Chegando lá, a comida estava cheia de formigas.
Assustada.
Emocionada.
E molhada pela primeira vez.
Os meninos vestem a roupa e saem ao encontro de Lia.
Lia chorava em volta da cesta.
“O que é?”, pergunta Ted.
Lia fica calada. E chora.
Chora.
Chora.
“O que é?”, pergunta Fran.
Ela chora.
Chora.
Chora.
“O que é?”, pergunta Janaia.
Ela ri.
Levanta-se e aponta para Ted.
“Vi a sua bunda”.
Ele chuta a cesta.
Fran empurra Lia.
Janaia cospe.
Lia chora.
Chora.
Chora e ri.
Todos vão embora. E deixam Lia ao chão.
A menina corre para casa, fecha a porta, tira a roupa e escreve tudo no diário, tim-tim por tim-tim.
No outro dia:
Na escola.
No recreio.
Ninguém falava com a garota.
Lia Caolha chora no recreio, sozinha, comendo bolo.
Era chorona por natureza. “Chorar me faz produzir mais dramas”, falava.
Chega o Ted.
“Quer tomar banho de cachoeira comigo?”.
Lia levanta a cabeça, dá um risinho e diz:
“Vou ver a sua bunda de novo?”.
Ted, imediatamente, responde:
“Não só!”.
E vão...

3ª fase

Passaram uns 20 anos.
Tedivaldo e Lilibethe têm filhos e moram na Capital
Ted é jogador de basquete.
Lia, que fizera uma cirurgia no olho, refizera também a sua face.
Mas a correção não lhe tirou a visão e nem tampouco esperteza.
Agora bela e atraente, amava apenas a Ted – e mãe de dois meninos.
Escrevia para revistas e ainda poemas ao marido.
A literatura de Lia não acatava aos poderosos da cidade, mas atingia a elite com sutilezas ácidas, corrosivas.
Outro dia, um telefonema: “Lilibethe, quer trabalhar no Afeganistão?”.
Era a Janaia: a amiga-inimiga, péssima em Português.


4ª fase
(...)

A VENCEDORA

A jovem Eduarda Gadelha foi chamada na sala do editor chefe:
-Só tem uma semana que você está aqui e já me causa um problema desses – reclama seu chefe, um senhor calvo e de bigode. Sem entender muito bem, a moça perguntou do que tratava. Apontando para um jornal, esse senhor chamado Constantino Veiga, mostrava fotos de uma viatura de polícia empoeiradas. Era uma matéria feita por Gadelha, que denunciava a falta de combustível.
-Mas é verdade – ponderou a moça.
-Se você voltar a fazer isso, eu te demito!
Muito sentida com a situação, ela desabafa com o colega de redação. O rapaz, que atende por Miguel, tentou confortar a moça dizendo que lá as coisas funcionavam daquela maneira.
-Mas não foi para isso que me formei.
-Eu sei que não. Porém, o mercado de trabalho é diferente da faculdade. - ensinou o repórter. Em seguida, o rapaz insinuou para ela, e tenta marcar um encontro, mas a moça não dá qualquer resposta.

Já tinha mais de 3 meses que Eduarda trabalhava no jornal, quando ela foi surpreendida por um envelope sob a sua porta. Curiosa, olhou rapidamente para ver do que se tratava. Eram extratos bancários de uma conta no exterior, em nome de um dos cunhados do prefeito. Também havia congrulação direcionada a ela, pela matéria sobre as viaturas do interior. Durante vários dias, Eduarda ficou pensando na sua situação. Ela se questiona se publicava ou não a matéria. Outra questão que mexia com a moça era o assédio do colega de trabalho. Apesar de bonito, não conseguia transmitir segurança para ela. Após muito se torturar em pensamentos, ela chega a uma conclusão. No dia seguinte, ela foi normalmente para o trabalho.

Naquela mesma semana, Eduarda fez uma ligação,marcando às 21:00 horas do mesmo dia. O editor chefe vivia a expectativa da compra do jornal concorrente, por intermédio do veículo que ele trabalhava. Estes boatos também mexiam com a cabeça de Miguel, que sonhava em assumir uma editoria. As coisas pareciam começar a dar certo pro rapaz, pois após muita insistência de sua parte, Eduarda aceitou seu convite para sair, tiveram uma noite inesquecível.

Chegou o dia da festa de aniversário do periódico. A cidade de Monte Azul parou. O dono do jornal havia divulgado que teria uma grande novidade nesta comemoração. Ao subir no palanque, os funcionários do jornal já brigavam pelos cargos do novo veículo. O chefe fez muito mistério até revelar que Eduarda era a nova editora chefa. A notícia deixou todos perplexos e sem conseguir compreender. Afinal, ela mal havia saído do período de experiência. Inconformado com a situação, Constantino procurou o dono para tirar satisfação. Foi informado que o motivo de sua demissão era a publicação da matéria sobre as viaturas, da qual tinha o prefeito desaprovando-a. Ele tentou justificar dizendo que a moça tinha se mostrado mais forte, pois conseguiu publicar mesmo desagradando seu chefe. Ainda naquela noite, a jovem jornalista recebeu cumprimentos e elogios pela rápida ascensão. Nos dias seguintes, Miguel voltou a pro cura, porém, seu principal objetivo agora era outro: conquistar uma editoria. O rapaz jogou seu charme para cima da moça novamente, porém, agora a ação não surtiu efeito desejado. Dessa vez, a moça mostrando autoconfiança, recusou a sua investida e ainda o surpreendeu quando disse que ela tinha apenas o interesse de experimentá-lo, portanto não o queria mais. Esbanjando prepotência e cuspindo marimbondos, o repórter deixou a sua sala. Naquela mesma noite ao chegar a casa, Eduarda tomou um demorado banho quente e depois pegou seu celular e sentou-se em uma espreguiçadeira em sua varanda. Com calma discou oito números no celular.
-Alô, Dr. Ubaldo, aqui é a Eduarda. Foi um prazer negociar com o senhor. Deu tudo certo, até a próxima.

Acadêmicos: Bruna, Vinícius, Wanderson, Gerliézer e Michelly